quarta-feira, 13 de março de 2013

Soneto do Amor Total


Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade. 
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade. 
Amo-te, enfim, com grande liberdade 
Dentro da eternidade e a cada instante. 
Amo-te como um bicho, simplesmente 
De um amor sem mistério e sem virtude 
Com um desejo maciço e permanente. 
E de te amar assim, muito e amiúde 
É que um dia em teu corpo de repente 
Hei de morrer de amar mais do que pude.

-Vinícius de Moraes -

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