sexta-feira, 14 de junho de 2013

O Banquinho


Quando fecho meus olhos ainda posso sentir a brisa, que suave rodopiava á nossa volta naquela noite, posso enxergar seus olhos, que tranquilos pousavam sobre os meus, numa conversa que fluía como os minutos, corridos sem perceber… suas mãos eram minhas, o momento, nosso, nada mais era preciso, só um banquinho, uma praça qualquer, um assunto a mais; Aquele morro eu subia todos os dias lentamente olhando as estrelas que um dia ele parou pra me mostrar. Agora quando volto pra casa, ouço meus passos, que só fazem lembrar que um dia não os pude ouvir e assim me sento aqui e sem intenções ou motivos, me pego pensando naquele banquinho e me pergunto o porquê dele não estar sentado lá…foi tão ruim, procurei milhares de sinônimos pra minha culpa…achei os mais plausíveis, pecado, delito, falta, ofensa, porém não encontrei sequer jogo de palavras no qual pudesse os encaixar ou meramente expressar tudo o que cortava em mim. Eu pensei tanto sobre tudo, falei tanto sem dizer nada, eu só quis consertar, apagar tudo, tudo menos aquele banquinho e me torturei dias pensando: Por que ele me faz ouvir os passos no caminho pra casa? se tudo o que eu peço são suas palavras, seus passos… se tudo o que eu peço é pra pelo menos me cante uma canção que acompanhe até a porta e me faça sentir menos falta dele…

- Michelly Kinai -

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